sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Orgulho, mecanismo de defesa?

Sabe, de vez em quando é bom ter uma briguinha. Não, eu não gosto de clima chato, nem de indiretas, cara feia ou coisas do tipo. Mas como já tive certas experiências na vida que me fizeram aprender algumas coisas, acabei aprendendo a tirar proveito de quase tudo que acontece comigo. E uma delas é saber tirar o ‘lado bom’ de coisas ruins também.
Justificando agora a frase inicial desse post, sempre que eu fico sozinha, gosto de pensar na vida, refletir. E isso se acentua mais ainda quando as coisas não vão bem. Pensar na resolução de problemas foi algo que adquiri há mais ou menos quatro anos (o meu curso de Pedagogia me forçou a isso). Pensar no que posso fazer para melhorar como pessoa também. E acho que desde que me dei conta de que mudar não era fácil, mas podia trazer benefícios, me tornei uma pessoa melhor. E mais feliz.
Só que infelizmente, uma coisa que eu mudei (não faz muito tempo) em mim (depois de receber muitas críticas), não tem me feito tão bem assim.
Eu, que sempre fui considerada um ‘poço de orgulho’ por algumas pessoas, especialmente por ex-namorados, dei um grande passo quando comecei a exercitar o ato de reconhecer erros, pedir desculpa e conseqüentemente, me tornar menos orgulhosa. Eu realmente me orgulhei em ter conseguido essa façanha. E o melhor de tudo: ver meu esforço reconhecido por gente que antes me criticava.
Acontece que de uns dias pra cá eu sinto que isso está me prejudicando... Geralmente as pessoas associam o orgulho ao ‘dar o braço a torcer’. Eu concordo, claro. Mas hoje parei pra pensar e cheguei à (minha) conclusão de que o orgulho também é um ‘medidor’ para o amor-próprio. Você provavelmente deve conhecer alguém que tem um namorado, amigo, parente, que vive quebrando a cara com alguma pessoa do seu convívio (pode ser uma das acima citadas) e, aconteça o que acontecer, quebrando a cara do jeito que for, continua lá, firme e forte, se sujeitando à patadas, constrangimentos, implorando por companhia. Aposto que a maioria já conheceu alguém assim. Geralmente as pessoas que são assim, são as que mais ouvem os comentários ‘Ah, mas você tem que gostar de você antes de gostar de alguém’, ou ‘Cria vergonha na cara, você tem capacidade pra arranjar coisa melhor‘. Pois é, eu também já dei conselhos assim. Até porquê eu também sempre achei que a gente tem que se amar antes, pra poder amar alguém.
Dar o braço a torcer é difícil. Eu fico orgulhosa de mim mesma quando consigo fazer isso. Mas quem recebe a ‘torcida de braço’, também tem que fazer a sua parte. Afinal, pra quem o fez, já é difícil reconhecer um erro, dar o braço a torcer então, nem se fala.
To falando isso, porque em outras épocas, dar o braço a torcer, pra mim era o fim! Humilhação total. Era só em casos extremíssimos. Parando pra pensar, eu me acho até meio egoísta em ter sido assim. Primeiro o meu orgulho, depois o sentimento alheio.
E hoje isso mudou bastante. Já consigo reconhecer quando estou errada e pedir desculpas pela bola fora. Sem dúvida me tornei uma pessoa melhor. Mas quando paro pra pensar no meu amor-próprio, acho que isso está me tornando uma pessoa com baixa auto-estima. Eu nunca fui de correr atrás de ninguém, muito menos ficar mal por algum mal entendido que por ventura viesse tirar minha paz. Sempre fui adepta do ‘Bola pra frente’ e ‘Tudo tem seu tempo e que tudo se resolva’. Infelizmente, nessa época a probabilidade de eu me machucar era muito menor.
Na verdade, nem sei onde queria chegar com esse post, que por sinal já ta gigantesco! Portanto vou tentar voltar à frase inicial... Com toda essa reflexão, cheguei à conclusão de que, como a vida, nós também temos que estar em constante mudança. De preferência que elas sejam pra melhor. Mas também não é por isso que vamos deixar com que façam tudo que quiserem conosco. Afinal, um pouquinho de orgulho e bastante amor-próprio não fazem mal a ninguém!
E foi por isso que hoje eu decidi que não vou me entregar assim tão fácil pra algumas coisas... Principalmente porque às vezes as nossa expectativas acabam nos levando à enormes ciladas... E por isso, o meu 'freio de mão foi puxado de novo'!

=)

Um comentário:

Anônimo disse...

Adorei oq vc escreveu. bem vinda ao blogspot!